quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Ana's Crafts

Ontem ao tentar ganhar "espaço" na memória do meu telemóvel reparei que não dei a conhecer neste blog um verdadeiro talento da minha patroa: O Croché.

Ora aqui ficam algumas das fotos que encontrei no meu telemóvel de alguns trabalhos que a Ana fez durante a gravidez:

 ( A Popota )
(Para a amiguinha Júlia)

 (estas ovelhas até foram "crochetadas" no hospital)


 (O Tobias)
( As mantinhas no dia em que as nossas garotas chegaram a casa )


Eu que sou um leigo na matéria, acho fascinante! 

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Mudança da hora

Aconteceu este fim de semana, algo que já estamos habituados que aconteça duas vezes por ano.

Até há pouco tempo eu vivia na ignorância quanto a este tema, pensando que todo o mundo de uma forma ou de outra mudava a hora. Na verdade nunca tinha pensado sobre isso.
Ora bem, as nossas férias na Tailândia no ano passado coincidiram com a mudança de hora que acontece por altura da primavera (fins de Março).

Sabendo que a hora mudava e tendo um voo de regresso no dia seguinte decidi confirmar com o staff do hotel a mudança de hora.

Falar em inglês sobre este tema, ou outro qualquer tema, com staff na Tailândia é algo de bastante difícil, mesmo quando se trata de questões simples. Agora falar sobre a mudança de hora com alguém que nunca ouviu falar de tal coisa é algo de surreal. A Tailândia nunca fez mudança de hora, e compreensívelmente tal possibilidade não passa pela cabeça de um cidadão comum.

O funcionário do hotel ainda foi confirmar com um ou outro colega sobre a tal mudança de hora. Imagino que terá dito algo do género:

"Estás a ver aquele estrangeiro ali? Não te aproximes, o gajo é lunático e pode ser perigoso"

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Diz-me como te chamas dir-te-ei quando fazes anos.

 Num dia de trabalho normal passam-me bastantes receitas médicas pela mão e neles constam entre muitas outras coisas o nome e data de nascimento dos respectivos pacientes.

 A certa altura comecei a ficar atento à data de nascimento das pessoas cujos nomes representam estações do ano ou meses do ano. Sim, é exactamente isso, aqui os Ingleses adoptaram alguns desses periodos do ano como nome próprio. Assim já vi nomes como "May", "April", "June", "Summer" e "Autumn".

 Irremediavelmente sempre que me aparece uma paciente com um nome deste tipo, reparo que a sua respectiva data de nascimento encaixa no período do ano definida pelo nome próprio.
Mas um dia destes (meio de Setembro) recebi uma receita para uma recém-nascida chamada "Autumn" e cuja data de nascimento era se não me engano 23 Agosto 2013. 
Aí não deixei passar a oportunidade para brilhar e disse para o meu colega que tinha a certeza que aquele bebé tinha sido prematuro. Ele não conseguia decifrar como é que eu tinha a certeza disso só porque a bebé tinha na receita umas gotas multivitaminicas.

A entregar a receita ao pai da criança lá perguntei e confirmei que a bebé tinha sido uma seis semanas prematura. Além disso reparei que o pai da criança tinha uma tatuagem em letras bem grandes no pescoço com o nome "Autumn".

E depois disto lá ficamos na risota a brincar sobre as discussões que se devem ter gerado à volta do nome da bebé.

Deve ter sido tipo:

Antes do nascimento estimado para inicio de Outubro:
Pai: "Como vai nascer no Outono, acho Autumn um nome bonito"
Mãe: "Sim, também gosto, boa ideia, está decidido"

- - - - -
Bebé nasce a 23 Agosto, em pleno Verão
- - - - -
Mãe: "amor vamos ter de pensar noutro nome!"
Pai: "O quê???? Não vês esta mega Tatuagem que eu tenho no pescoço??? Vai ter de ficar assim na mesma!"
Mãe: " bahhh"
Pai: "bahhh"


Enfim, é mesmo altamente trabalhar em farmácia.



domingo, 13 de outubro de 2013

Lá ou cá, somos mais que as mães.

Não há nada que destrua mais uma classe profissional que o excesso de profissionais da mesma.

Em Portugal temos a nossa profissão completamente de rastos em muito graças a esse fenómeno que foi a proliferação de faculdades privadas. É só ver a quantidade de colegas que já enveredaram por caminhos muito afastados do mundo da farmácia. Uma formação de alto nível, muito específica e dispendiosa completamente desperdiçada.

No Reino Unido o cenário tem mudado a um ritmo alucinante. Há 6 anos atrás havia uma grande necessidade de farmacêuticos. Nesta altura as grandes companhias de farmácias até iam a diversos países Europeus fazer entrevistas de emprego. (foi nesta fase que a Ana conseguiu o seu emprego na Boots). Tinham estágios específicos para formação destes farmacêuticos europeus. Pouco depois deixaram de procurar activamente farmacêuticos fora do Reino Unido, mas recebiam de braços abertos farmacêuticos europeus que já no UK mostrassem interesse em ofertas de emprego. Mais recentemente deixaram de considerar farmacêuticos não Britânicos que não tivessem já experiência no Reino Unido. Este ano, praticamente todos os farmacêuticos recém qualificados Britânicos, com formação adquirida cá, continuam a procurar emprego, estando com grandes dificuldades em garantir emprego estável.

Isto resultou da abertura de um grande número de faculdades de farmácia pelo país e obviamente da continuada entrada a bom ritmo de farmacêuticos de outros países da UE. Ou seja, foram rápidos a actuar face à situação do mercado de há seis anos atrás.

Agora prevêem o seguinte cenário:

England faces surplus of 19,000 pharmacists by 2040

"Pharmacy schools in England may need to cut their student intake by as much as 15 per cent a year until 2020 to avoid creating an oversupply of pharmacists, a government-commissioned review has warned."
(notícia continua no link)

Vamos ver se vão ser tão eficazes a actuar quanto ao excesso de profissionais como quanto foram relativamente à escassez dos mesmos. Pelo menos alguém já alertou quanto à situação insustentável.

sábado, 12 de outubro de 2013

Durante 10 minutos "trabalhei em Portugal"

Eu que trabalho numa farmácia comunitária algures "na Inglaterra profunda" tive uns 10 minutos em que fui "teleportado" para Portugal.

Primeiro fiquei a conhecer um jovem da minha idade, Algarvio, que veio à farmácia mostar o seu novo bebé a uma das minhas colegas de quem é amigo. Lá estivemos na conversa. Já por cá anda há mais de quatro anitos.
Logo de seguida duas clientes habituais, Portuguesas, vieram especificamente falar comigo para algum aconselhamento de altíssima qualidade na nossa língua materna. Ainda falamos das minhas miúdas e dos filhos das respectivas.
Uns minutos depois tive ainda uma consulta para a pílula do dia seguinte com uma descendente de um Português. (Já agora grande história de vida da miúda, filha de pai açoreano, viveu até aos 16 anos nas Bermudas, depois dois anos nos EUA e agora vive no Reino Unido).
Com esta cliente não falei em Português pois à pergunta sobre se sabia falar Português respondeu-me que apenas se lembrava de poucas frases, tais como:
"Senta aqui agora" e "Ei C*ralh* onde vais", coisas que aprendeu com o pai.

Como podem ver, é uma alegria trabalhar no UK.