terça-feira, 23 de outubro de 2012

Aflige-me

a quantidade de lixo que nós, seres humanos, produzimos.

A palavra "evolução" costuma ter uma conotação positiva associada, mas termos "evoluido" para estas máquinas de gerar lixo não tem nada de positivo certamente.
Aflige-me a alma tratar da reciclagem cá de casa. A quantidade de plásticos, vidro, metal, cartão gerada não pode de forma alguma ser sustentável. Aflige-me mais ainda pensar que nós, que cozinhamos praticamente todas as refeições a partir de produtos frescos, façamos tanto lixo. E aqueles (muitos no Reino Unido) cujas refeições variam entre take-aways (sacos plásticos, embalagens de alumínio/plástico/poliestireno) ou refeições pré-cozinhadas de aquecer no micro-ondas? Aflige-me pensar.

E quando vou ao centro de reciclagem aqui da terrinha? Fico transtornado com a quantidade de lixo produzido. Vai tudo para lá, torradeiras novas, televisões, mobília, brinquedos, e um número infinito de outros objectos, que aparentam ter sido rejeitados não por questões de funcionalidade ou operacionalidade, mas apenas porque sim! Um "já estava farto de olhar para este modelo" basta.



100 anos como período de tempo não têm qualquer relevância quando comparado com os muitos milhões de anos de existência do nosso planeta, nem quando comparando toda a cronologia da evolução natural que nos trouxe aos dias de hoje. Mas a verdade é que os últimos 100 anos causaram mais mudança no planeta que muitos períodos de milhões de anos anteriores. Nos últimos 100 anos, e muito em sentido contrário à maior parte das espécies de mamíferos (e obviamente há ligação causa-efeito nisto) a população humana aumentou de uma forma louca. Mudou tudo. Mudou a forma como comunicamos, como nos deslocamos, nos alimentamos, nos divertimos. Tudo com uma produção de poluição e lixo associada absolutamente incrível.

Onde é que isto vai parar?
É universalmente aceite que o crescimento é bom, que as economias têm de crescer. Como é que esta imbecilidade pode ser universalmente aceite? Frases como "estimular o crescimento", "aumentar o consumo", "aumentar a produção" estão sempre presentes. Há trinta anos era "normal" manter um carro por dez anos, hoje já se troca a cada quatro anos. Telemóveis são trocados todos os anos. Para onde vai este entulho todo?

E não me venham com a farça que é a reciclagem. Não parece haver interesse em que os processos de reciclagem acompanhem a  eficiência dos processos de produção.

Também é recorrente dizer-se que é um problema o envelhecimento da população de vários países. Como é possível pensar-se assim? Quantas áreas não modificadas pelo homem, onde a vida selvagem se desenrola de forma natural é que existem na Europa?
Somos muitos, deveríamos ser não mais do que 20% do que somos.  A razão para para tamanha preocupação com o envelhecimento das populações é apenas uma: Económica. Alguém tem que trabalhar para sustentar todo o sistema, o estado social, pagar reformas,


Enfim. Parece que estou aqui a corroborar "os dias finais" apregoados de forma entusiástica por várias religiões. A dar razão a quem não se rege por ela de facto.

Mas aflige-me que para bebermos água tenhamos desenvolvido a genialidade que é a garrafa de plástico que como todos sabemos não desaparece de um dia para o outro depois de usada. Água, um bem não processado, que até cai do céu. Feijões e favas já não se compram  doutra forma que não seja numa lata metálica. Até fruta compramos em sacos de plástico com uma base plástica.

Gostava de poder ver como será o planeta daqui a outros 100 anos.

3 comentários:

  1. Estes temas são muito importantes para um futuro muito próximo, aliada à falta de qualidade de vida nos meios urbanos. Uma pessoa que viva na cidade tem muito menos qualidade de vida embora se queira passar a ideia contrária. Isto só para incentivar o consumo, puro e duro...uma triste realidade.

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  2. Realmente a vida pelo UK deve estar muito boa!
    Para serem estas as tuas preocupações... :)

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  3. Por acaso tenho outras várias preocupações mais importantes a curto prazo (tipo ter ficado sem carro e sem gás em casa só hoje!), mas o assunto do post é sério. Muito sério.

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