que ninguém vai efectivamente preso ou até que alguém terá alguma suspensão da sua carteira profissional?
"Dois médicos, cinco delegados de informação médica e dois armazenistas entre os detidos" (link)
Pior ainda é que, seguramente nenhum dos envolvidos vai devolver nem de perto nem de longe aquilo que roubaram a todos nós. Os valores aqui envolvidos são escandalosos.
Em 2009, fiz um post " Delegados de Propaganda Médica - Um Imposto* que todos pagamos!" que deu que falar (ou comentar). A mensagem intrínseca desse post era exactamente isto que foi agora descoberto. Que os DIMs* são apenas os pivots de toda a promiscuidade e da corrupção no sistema de saúde. Para que mais serviria uma profissão destas?
* Mais uma vez reitero que a culpa não é do DIM, como pessoa individual que quer ganhar o seu e que apenas segue ordens. Muito mais culpa que eles têm a indústria farmacêutica, os médicos e farmacêuticos que deveriam ter outros padrões de ética.
Em jeito de contraste fica aqui este exemplo que aconteceu por estas bandas:
Pharmacist suspended for dishonest use of Tesco Clubcard
Adoro ver o rigor e eficiência com que a ordem dos farmacêuticos Britânica disciplina os seus profissionais. Toda a santa semana há farmacêuticos suspensos ou expulsos a título definitivo da profissão. E para isso não é necessário muito. Por exemplo basta ser apanhado a conduzir com excesso de álcool para ser suspenso da profissão.
Um farmacêutico com quem trabalhava uma vez por semana foi suspenso por 12 meses após ter levado "acidentalmente" para casa uma caixa de diazepam da farmácia onde era proprietário!Além de uma suspensão de 12 meses que ainda decorre e que poderá ser prolongada, viu-se obrigado e vender a sua parte da farmácia aos outros sócios.
O caso sobre o qual meti o link acima mostra bem o rigor e a autoridade do organismo regulador da profissão, Nesse caso o farmacêutico usou o cartão pessoal de pontos do supermercado (tipo cartão do continente) para acumular pontos em vendas de produtos da farmácia aos seus clientes. Estima-se que terá ganho um valor na ordem dos 25£ (!! uma fortuna portanto), o que lhe valeu uma suspensão da ordem dos farmacêuticos (e provavelmente danos posteriores para a carreira).
O moral desta história (e olhando ao nome desta farmacêutica) é que a chico-espertice portuguesa é uma estratégia que apenas compensa se aplicada dentro de fronteiras.
£25 vs €100,000,000. Vamos ver em qual dos casos a suspensão da carteira profissional será maior.
Copiei. Obrigado. Abraço
ResponderEliminarNão li o post inicial na altura, pois nem conhecia o blogue.
ResponderEliminarAgora que o li, só se pode dizer que acertaste na mouche!
Prova disso é a investigação que agora está a decorrer. Não se admirem se houver muitas mais nos próximos meses. Este esquema era demasiado evidente para apenas 10 rapazitos o terem percebido.
Ainda assim, há dois coisas que mudaram substancialmente desde a altura que este post foi escrito:
1) O preço das sinvastatinas é agora, em média, inferior a 5,00 € e o preço de referência é de 2,59€, sendo que o Estado paga apenas 0,79€/ por embalagem, ao invés dos 10,23€ anteriores.
2) A margem da farmácia: ao vender a sinvastatina a farmácia ganhava 7,75 € de lucro (sem contar com os bónus); hoje, com o preço de 2,59 € ganha 0,73€ e, como se compreende, já não há espaço para grandes bónus...
Estes dois aspectos mudam muita coisa. A realidade da farmácia mudou da noite para o dia num piscar de olhos.
Obrigado pelo teu comentário Farmasa. Sim a realidade mudou drasticamente. Quando escrevi o post em 2009, (e por muitos anos antes dessa data) o preço dos genéricos em Portugal e Reino Unido tinha uma diferença surreal, e inexplicável pois os custos de produção seriam semelhantes. Ora claro está que esse preço muitas vezes mais de 1000% superior ao custo de produção dava para tudo! Bónus para as farmácias e para todo o marketing que atraíam.
ResponderEliminarO facto de ter havido intervenção ao nível do custos dos genéricos foi algo de louvar, e que já veio com muito tempo de atraso. Da lamentar é que isso, e fruto da forma como as farmácias geram receitas em Portugal, veio asfixiar completamente o mundo da farmácia. Como podem as farmácias defender o abaixamento dos preços dos genéricos, ou promoveram a prescrição de genéricos face aos medicamentos de marca quando isso apenas contribui para a redução da facturação e lucro das farmácias?
Dissociar a forma de financiamento das farmácias da venda de MSRM (e do respectivo preço) é imperativo.
Como disseste e bem, neste momento os preços dos genéricos já não permitem bónus nem outras negociatas que tais. Talvez o caso agora a ser investigado seja consequência disso mesmo! (novas estratégias para continuar os níveis de rendimentos anteriores)