quinta-feira, 2 de junho de 2011

Eleições 5 de Junho - E se eu votasse?

Ora viva,

 Como já disse antes "optei" por não votar. Apesar disso continuo a seguir atentamente a campanha politica nos noticiários portugueses e as mais recentes sondagens.
 Inocentemente fiquei surpreendido com as sondagens que desde o inicio deram PS e PSD taco a taco sempre com mais de 65% dos votos totais. Ora então estamos completamente fartos destes políticos de sempre, temos os grandes partidos minados até ao cerne por interesses com corruptos de primeira água, fazemos uma manifestação ao estilo do Egipto (e não Egito) com a geração à rasca, fazemos a graçola dos homens da luta no festival da canção e agora apresentamos uma distribuição da intenção dos votos em tudo SEMELHANTE às duas ou três eleições legislativas anteriores? Sinceramente pensei que era desta que se ia "pregar um susto" à classe politica.

Quando vejo debates políticos cara a cara ignoro completamente as ideias que cada um tenta expor, prefiro ler atentamente as expressões faciais de cada um e encontrar tiques típicos de um mentiroso, corrupto, vaidoso etc.. Porquê? Porque acredito que um país será sempre melhor comandado se tal for feito de uma forma honesta e transparente, mesmo que as ideias politicas à partida não pareçam as mais convencionais.

Políticas ideais e inteligentes aplicadas por corruptos e pessoas sem capacidade intelectual e idoneidade para tal já foi testado vezes sem conta.... O povo está fartinho de ser enganado... (pelos vistos talvez não!)


E se eu fosse primeiro ministro o que é que tratava de fazer:
- Tratava da Justiça em Portugal como prioridade número UM com tribunais efectivamente a funcionar. Temos  uma verdadeira justiça da treta. Vemos todos os dias criminosos a saírem de forma impune e bem lucrativa e pessoas honestas e lesadas a desistirem completamente por lutar por direitos.
 - Combate à corrupção e evasão fiscal. Não há necessidade de comentar esta
 - Forças da autoridade com formação necessária. Ser polícia, GNR ou PJ ou outra qualquer força da autoridade deveria ser um posto de enorme reputação. Não deveria ser para quem queria mas para quem conseguia! Os polícias, além de deverem ter uma capacidade física acima do cidadão médio, deveria ser dos elementos com mais formação e capacidade intelectual da sociedade.. É claro que deveriam ser pagos de forma correspondente (a nível de médicos por exemplo) e terem todo o apoio necessário. (e não andarem com carros velhos e ainda pagarem a farda ou arranjos dos carros que estragam ao serviço)

Enfim. Com isto certamente dou uma ideia de extrema direita fascista, o que não poderia estar mais longe da verdade. A verdade é que, ao viver no UK, verifico que mesmo um país com uma politica totalmente de esquerda em todos os aspectos funciona bem porque assenta num sistema judicial rápido, firme e eficaz, numa supervisão minuciosa dos actividades fiscais e numa força policial sólida, pronta e com formação.

Em quem votaria eu em Portugal? Nem sei. Saberia se este senhor fosse candidato:
Marinho Pinto. Penso que já deu provas inegáveis de frontalidade, coragem e pragmatismo.

3 comentários:

  1. Grande post. As tuas prioridades como Primeiro-ministro: na mouche!

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  2. É importante não confundir bimbalhice e demagogia com frontalidade.
    Não mudou muito desde que esse home se tornou bastonario da ordem.

    E a imagem que escolheste é perfeita. "alguém a esbracejar na TVI"!. É (um pouco como o nosso povo) Bimbo.

    se preferias votar pelos que se comportam como umas bestas...terias representante no PAN (Partido pelos animais e a natureza).

    Não me leves a mal. Percebo o que queres dizer mas gritar o obvio (tal como ir fumar umas brocas e beber vinho martelo para a praça do rossio) não leva a nada.(aqui estou-me a referir ao que ele diz, n ao que escreveste.)

    Não percebo porque dizes "um país com uma politica totalmente de esquerda" se os 2 partidos são de centro esquerda e centro direita. Apesar de terem apoios sociais (valentes) o que tem de social o codigo laboral? ou o facto de muitos dos culpados da crise ainda estarem ali em Canary wharf ou na Square Mile....

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  3. Meu caro London Calling, muito obrigado pelo teu comentário construtivo (é desta interacção que vive a blogosfera). De qualquer modo discordo redondamente.

    Quanto ao primeiro ponto, digo que é muito fácil, como em todos os aspectos da vida (filmes, musica), dizer que não se gosta. Por outro lado fica-se exposto e frágil quando elogiamos os mostramos preferência por algo. Bem falantes, bem vestidos e vaidosos já tivemos o Paulo Portas e Santana Lopes juntos num governo! O resultado ficou à vista. Quanto ao caso particular do Marinho Pinto, não creio que seja populismo ou bimbalhice, pois realmente mete o dedo na ferida de forma destemida. Em várias situações teve intervenções corajosas que fariam todo o sentido serem aplicadas... Achas então que temos uma justiça em Portugal que funciona? (é sobretudo neste tema que ele se tem batido). Quanto à imagem particular da foto, concordas então com o tipo de jornalismo feito pelo telejornal da TVI/Manuela Moura Guedes? Qualquer um ficaria indignado, e não consigo criticar a forma corajosa e directa com que a desafiou... (não disse mais do que a maior parte do povo pensava). Precisamos de gente corajosa, directa e pragmática, e não de pavões de carreira politica agarrados a interesses e influencias.


    Quanto ao segundo temos, mantenho o que disse. Obvimente que em qualquer país do mundo tens partidos de direita e esquerda, mas a forma como o "país funciona" é o resultado desse balanço de forças ao longo dos anos. Quero com isto dizer que o cenário politico actual é irrelevante na altura de classificar um país como sendo um país com politicas de esquerda ou direita.. Seguramente que o partido inglês de direita terá "políticas muito mais de esquerda" que o partido mais à esquerda nos Estados Unidos.

    Isto é bem evidente a vários níveis, sendo o expoente máximo o Sistema de Saúde (NHS) que é a antítese de um modelo Americano. (Hospitais, Farmácia, Dentista, cuidados paliativo, assistência social, meios auxiliares de diagnóstico, etc etc, até os cuidados veterinários são apoiados pelo estado em função dos rendimentos individuais.

    A tolerância com diferentes raças, idade (por exemplo no mercado de trabalho), orientação sexual, lei do aborto etc são outro espelho de uma sociedade com princípios de esquerda.

    Os apoios sociais para famílias desempregadas ou com baixos rendimentos não passam apenas por um mero subsídio de desemprego, mas também pelas opções de habitação estatal entre muitos outros aspectos.

    Haverá muitos outros exemplos, como por exemplo o ordenamento do território e gestão dos recursos naturais.

    A forma como tu e eu nos podemos instalar confortavelmente cá (sem que sejamos cidadãos de segunda para trabalho "escravo") mostra um tolerância que não se adquire com uma ou outra mudança de poderes na política.

    É preciso ver tudo num contexto global e não achar que isto agora é tudo direita porque é o partido "Conservative" no poder enquanto há dois anos era tudo um país de esquerda porque nos dizem que o "Labour" é um partido de esquerda

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