domingo, 29 de maio de 2011

Lost in translation

Terça-feira, 24 de Maio, 21h00:

Continuava a trabalhar na minha farmácia habitual e já tínhamos as tarefas do dia-a-dia da farmácia completas (contar receitas, organizá-las, etc etc). Eu comia uma banana e a C. ( ainda com a pancada de comer saudável ) comia brócolos crus de uma couvete e ervilhas cruas ainda semi-congeladas! (ainda provei uma ervilhita mas disse náahh).

Como é habitual levo a C. a casa (e com todo o gosto) no fim deste turno, mas não tinha gasóleo nenhum e sabendo o que ela sofre para ir às comprar por não ter carro decidi perguntar se ela queria ir ao Tesco (hipermercado com bomba de gasolina) onde meteria gasóleo e também dava uma vista de olhos nas promoções de final de dia.

Enquanto mexíamos nos respectivos telemóveis a fazer tempo:

Eu: Do you want to go to Tesco tonight?
C.: Excuse me!!!!!!??
Eu: Yes, why not?
C.: ("Vermelha como um tomate")
...
C.: What did you say again?
Eu.: If you want to go to Tesco tonight

C.:  bhaaahh (a rir-se como uma perdida)
C.: I thought you said "do you want to have sex tonight"


Ainda bem que clarificamos tudo logo ali, caso contrário, o eu dirigir-me para o parque de estacionamento de um hipermercado às 23h00 não seria totalmente descabido!!

Entretanto este episódio tem sido motivo de galhofa na farmácia durante a semana toda. Já fui incusivé convidado por outras técnicas da farmácia a ir ao ASDA, Sainsbury e Spar...lol
Na quinta-feira quando voltei novamente à farmácia já nem me lembrava disto e fui imediatamente chamado à parte pela proprietária e superintendent da farmácia que com uma cara muito séria me disse que tínhamos de ter uma conversa muito séria sobre o meu comportamento com determinados membros do staff... Bem, manteve a cara muito séria durante uns dois ou três segundos para depois se desfazer a rir dizendo que tinha achado um piadão e que no dia anterior (quarta que não fui trabalhar) tinham passado a dia a brincar com isso.

É por estas e por outras que adoro trabalhar onde trabalho. Ao contrário do que seria de esperar, (patrões são patrões) sinto-me extremamente confortável a trabalhar com o casal de farmacêuticos proprietários da farmácia. Há uns meses atrás cheguei às 15h00 para começar o meu turno e estava lá a farmacêutica proprietária e uma farmacêutica candidata a ficar com uma vaga disponível na farmácia e que estava lá a trabalhar um dia à experiência. Tomei a liberdade da seguinte atitude:

Farmacêutica à experiência: Hello, my name is F.
Eu: Hi, I'm Eugénio, nice to meet you
F. I know, I was told all morning that you are the best pharmacist ever ( não sei bem se em tom de gozo ou não)
Eu: (com uma cara séria/hostil e a apontar-lhe o dedo) And I'll remain the best here even if you get the job. (e virei costas)
A proprietária: Passado uns segundos escangalhou-se a rir e eu virei-me novamente a dizer que estava a brincar.

É apenas um exemplo de cumplicidade e proximidade entre os trabalhadores e patrões. (ao invés do tradicional Dótor pra cá e Dótor pra lá de Portugal).

Entretanto na próxima semana começa a trabalhar na minha farmácia um farmacêutico espanhol que acabou por ficar com a vaga. Parece um tipo muito porreiro que não conhecia antes mas cuja esposa já tinha conhecido há uns dois anos.

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