sábado, 20 de novembro de 2010

Pharmacist's worst enemies...


...the Pharmacy Chains:


(sempre tive curiosidade em saber "os números" do campeonato das farmácias aqui no UK, e há uns dias por mero acaso encontrei essa informação na fonte oficial!)

Aqui pelo Reino Unido a propriedade da farmácia está completamente liberalizada, podendo qualquer pessoa/entidade ser proprietário de uma ou mais farmácias (sem número limite)! Tenho a ideia que a proporção de farmácias independentes vs farmácias pertencentes a cadeias é de 40% para 60%.. Pois bem, num mundo ideal os farmacêuticos e as farmácias seriam todos muito amigos, mas cada vez mais percebo que é tudo menos isso! Valha aos farmacêuticos a ordem dos farmacêuticos (RPSGB) e todos os direitos como trabalhador e como profissional de saúde com responsabilidade e autoridade máxima sobre tudo o que se passa dentro de uma qualquer farmácia britânica.

Quase sempre, as posições tomadas pelas maiores cadeias de farmácias são em prol do interesse mercantil, deixando um sentimento de traição no ar e um travo amargo no ego dos farmacêuticos, que no final de contas são quem verdadeiramente cuidam os seus "clientes" e são o espelho da qualidade dessas mesmas farmácias...
Isto por outras palavras, quer dizer que muitas vezes as decisões e posições das cadeias de farmácias dão a ideia que se não fosse necessário ter farmacêuticos nas farmácias tanto melhor, e se pudessem pagar-lhes metade então era ouro sobre azul...

A última polémica é a "remote supervision", na qual a dispensa de medicamentos é feita em farmácias mas com recurso a umas "vending machines".. Neste processo nenhuma lei foi verdadeiramente alterada sendo portanto a dispensa dos medicamentos da responsabilidade de um farmacêutico, que dá aconselhamento via Web-cam e interpreta a receita de forma remota através da visualização da receita que é digitalizada no "ponto de venda automático"... Qual é a vantagem disto? Absolutamente NENHUMA pois demora mais tempo e necessita igualmente que um farmacêutico verifique receita/medicação dispensada e dê aconselhamento. Mas o porquê disto é evidente! Enquanto que nesta fase inicial a lei diz que um farmacêutico não pode estar responsável por mais que uma farmácia, o objectivo dos defensores desta modalidade é no futuro ter um farmacêutico sentado num escritório a supervisionar umas 20 ou 30 "vending machines"...

Os pioneiros nisto são a cadeia de supermercados com farmácias "Sainsbury"
Podem ver alguns artigos no ChemistandDuggist a falar disto:
Notícia 1
Notícia 2

Outro exemplo é o Dr Thom da Lloydspharmacy. Pelos vistos a Lloyds tem um "Online Doctor", que prescreve medicamentos sujeitos a receita médica após uma consulta online em que o paciente responde a umas perguntas numa página da internet! Será realmente benéfico que em vez de irmos ao médico passemos a aceder à net e a responder a umas perguntinhas? Mas espera lá... para isso nem precisamos de médico atrás do computador, pois determinada pontuação no questionário automaticamente deveria produzir uma receita com o medicamento correcto..


Aqui muitas cadeias de farmácias estão bem enganadas... a companhia tem que viver em simbiose com o profissional que representa a actividade... um morre o outro morre também


Eu já não comprava qualquer tipo de medicamento em cadeias de farmácias, mas pelos vistos agora deixei de simplesmente entrar no supermercado Sainsbury



PS: Este post só tem mesmo interesse para farmacêuticos

5 comentários:

  1. Ou não! Nós consumidores também gostamos de saber em quem podemos "confiar!...

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  2. Penso que a liberalização da propriedade proporciona estas situações. Em Portugal, receio que estamos a caminhar para o mesmo com a agravante de cada proprietário fazer o que quiser (fazer descontos em medicamentos, abrir e fechar às horas que lhe apetecer, etc...) http://aboutportuga-dylan.blogspot.com/

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  3. Aqui em Portugal, existem já comportamentos destes que tu relatas, proporcionados pelas próprias farmácias!!! E o escândalo é que muitas vezes, o proprietário é um farmacêutico, que se pudesse ter apenas auxiliares a dispensar medicação(algo que é ilegal) tanto melhor!!!! Dai que defendo que o alvará de uma farmácia devesse ser um bem público!! Ou seja, se o serviço farmacêutico proporcionado não atende-se ou desrespeitasse os critérios ético/deontológicos a que todos os farmacêuticos devem obedecer, o alvará deveria transitar por concurso público, ao invés de se perpetuar como uma herança monocrática!!!! A fiscalização também deveria ser mais eficaz e exemplar na aplicação de coimas às farmácias que abrem ao público diariamente, sem que o farmacêutico esteja lá presencialmente do início ao fim do dia!!!!!! Mas azar dos azares... somos Latinos!!!

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  4. Eu que trabalho para uma companhia sei bem do que falas. Números, números e mais números... Vai escrevendo sobre estas coisas que eu gosto sempre de ler o que escreves. Ah, e um dia destes, os proximos meses, a malta aqui da vilória de Gloucester deve ir ao norte. Depois digo alguma coisa para a Vanessa vos conhecer.

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  5. Ok André, quando quiserem! Avisa com umas semanitas de antecedência se possível!

    Por falar em Vanessa, essa artista não queria falar comigo sobre o facto de ser self-employed? Nunca mais apareceu no chat

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