Friday, 22. October, 16:21
Eu: Pode
2a Parte - 05/11/10
Deixei este post a meio a ver que tipo de comentários apareciam por cá.
É incrível como esta suposta interação álcool-antibiótico é tida como uma verdade absoluta por muita gente.
A falácia mais consensualmente aceite é de que o álcool "corta" o efeito do antibiótico. É caricato, já que a única interação entre o álcool e o metronidazol nem passa pela diminuição da eficácia do mesmo.
Qual será o porquê desta situação? alguém tem alguma ideia?
Já vi gente culta a recusar-se a beber uma superbock por estava a tomar uma amoxicilina passada pelo dentista.
Lembra-me também do estágio em farmácia. Quando chegamos ficamos com a ideia que não sabemos absolutamente nada.. É assustador a ideia de não saber o que os clientes estão a falar, quando toda a gente parece saber tudo.. (falo das marcas de medicamentos)... Lembra-me de ouvir clientes a querer confirmar se realmente não podiam beber álcool com o antibiótico prescrito, já que o médico tinha dito para não o fazerem. Obviamente que na farmácia levavam com uma resposta perentória, de que nem pensar em beber álcool.. (Na altura pensava para mim "mas que merda de curso fui eu tirar que nunca sequer mencionaram isto??"). Para um estagiário, a sabedoria de um técnico ou ajudante da farmácia é inquestionável.
Gostava de ver posts de outros profissionais da área da saúde sobre este tema (Se tiverem medo de ter opinão, comentem de forma anónima ou com nome falso), já que me intriga a origem desta "sabedoria popular"..
* Um qualquer que não o metronidazol ou tinidazol(raramente prescrito) (a interação com este antibiótico passa pela alteração do processo de eliminação do álcool do nosso organismo, sendo que ocorre uma acumulação sob a forma de acetaldeido, que basicamente é responsável pelos clássicos sintomas da ressaca.)
2a Parte - 05/11/10
Deixei este post a meio a ver que tipo de comentários apareciam por cá.
É incrível como esta suposta interação álcool-antibiótico é tida como uma verdade absoluta por muita gente.
A falácia mais consensualmente aceite é de que o álcool "corta" o efeito do antibiótico. É caricato, já que a única interação entre o álcool e o metronidazol nem passa pela diminuição da eficácia do mesmo.
Qual será o porquê desta situação? alguém tem alguma ideia?
Já vi gente culta a recusar-se a beber uma superbock por estava a tomar uma amoxicilina passada pelo dentista.
Lembra-me também do estágio em farmácia. Quando chegamos ficamos com a ideia que não sabemos absolutamente nada.. É assustador a ideia de não saber o que os clientes estão a falar, quando toda a gente parece saber tudo.. (falo das marcas de medicamentos)... Lembra-me de ouvir clientes a querer confirmar se realmente não podiam beber álcool com o antibiótico prescrito, já que o médico tinha dito para não o fazerem. Obviamente que na farmácia levavam com uma resposta perentória, de que nem pensar em beber álcool.. (Na altura pensava para mim "mas que merda de curso fui eu tirar que nunca sequer mencionaram isto??"). Para um estagiário, a sabedoria de um técnico ou ajudante da farmácia é inquestionável.
Gostava de ver posts de outros profissionais da área da saúde sobre este tema (Se tiverem medo de ter opinão, comentem de forma anónima ou com nome falso), já que me intriga a origem desta "sabedoria popular"..
* Um qualquer que não o metronidazol ou tinidazol(raramente prescrito) (a interação com este antibiótico passa pela alteração do processo de eliminação do álcool do nosso organismo, sendo que ocorre uma acumulação sob a forma de acetaldeido, que basicamente é responsável pelos clássicos sintomas da ressaca.)
??? assim tão linear nem parece farmacêutico...
ResponderEliminarLet me get my vodka :D
ResponderEliminarPode, uma caneca de «binho» de 8/8horas com o antibiótico para matar mais depressa a bicharada... LOL
ResponderEliminarPortanto, a ver se entendi: qualquer antibiotico que nao seja metronidazol (seja la o que isso for) pode ser consumido com alcool, certo? Explica la' isso por miudos sff que pode ser informacao util lol
ResponderEliminarWOW prescreveram um antibiotico sem ser o metronidazol?! ;-) o utente já tinha ao médico quantas vezes? eheheh
ResponderEliminarE o efeito da pilula, aplica-se? ja agora, e os medicamentos homeopaticos ricos em arnica para as nodoas negras?? -> so pergunto isto porque usei e acho que resultou apesar da minha opiniao duvidosa em relacao a homeopatia... Eugenio, desculpa! mas eu sou seeeempre assim, muitas perguntas!
ResponderEliminarEntão Eugénio, esqueceste-te da minha sugestão de tópico (comparação entre o ensino farmacêutico inglês e português)?
ResponderEliminarMuito bem. Curto e grosso. Nem parece escrito pelo nado daquela posta sobre os nomes que nem acentos pôe.
ResponderEliminar@Breaking: sim, exactamente isso.
ResponderEliminar@ Cromossoma X: Efeito da pílula com? alcool ou antibióticos?. Com alcool não há interação, caso contrário o Reino Unido seria um "país jardim de infância".
Com antibióticos há sim. Com alguns a interação é mais importante do que com outros (Rifampicina é uma interação mais séria, mas não pelo facto de se tratar de um antibiótico mas pelo facto de ser um indutor enzimático. Com os restantes antibióticos em geral, sobretudo os de largo espectro, existe, em teoria, uma interação de menor relevância. (relacionada com a absorção de estrogénios)
Quanto a produtos homeopáticos, são tão eficazes quanto o potêncial placebo que consigam atingir.
na minha area de expertise a malta não gosta que eles bebam quando estão a biótico porque habitualmente quando o estao a tomar estão internados. se estao a beber e internados ficamos chateados :P agora um bocadinho mais a serio: sempre pensei que a justificação teria haver com uma possivel sobrecarga hepática provocada pela metabolizaçao do alcool e do antibiotico. but then again, fui uma pessima aluna a farmacologia que so começou a olhar para ela com mais cuidados quando precisou realmente :s
ResponderEliminarPois, mas a metabolização hepática não é exclusiva dos antibióticos! A maior parte dos medicamentos têm metabolização hepática, sejam para a hipertensão seja para o colesterol.
ResponderEliminartens toda a razão e por isso é que o meu argumento é uma valente porcaria, boa? :p
ResponderEliminarEugenio, perguntei com os antibioticos, claro! :) "Com os restantes antibióticos em geral, sobretudo os de largo espectro, existe, em teoria, uma interação de menor relevância" quer isto dizer que podemos infrigir um bocadinho? :) Se nao quiseres dar-me a tua opiniao profissional, qual e' a pessoal? ;) A arnica e' entao um mito das nodoas negras? beijinhos e obrigada! Sonia
ResponderEliminarOs médicos dizem-me sempre que não posso beber nada.
ResponderEliminarcirrose?
ResponderEliminarDizem sempre para não beber nada com alcool quando receitam antibiotico, qualquer que seja.
ResponderEliminarPois é exactamente esse mito que eu não entendo
ResponderEliminarPor isso é que uns são médicos e outros farmacêuticos. Se bem que sobre estes últimos também paira muito mito.
ResponderEliminarAlcool com antibiótico: nao! Duas razoes: 1 - (Menos importante) - o alcool acelera o esvaziamento gástrico e acelera a passagem dos alimentos pelo sistema digestivo, logo diminui a absorcao do antibiotico. Conclusao: menos efeito do antibiotico. 2 - (Mais importante) - alcool é metabolizado no fígado. Etanol passa a acetaldeido (MUITO TOXICO). Acetaldeido passa depois a qualquer coisa menos tóxica de que nao me lembro o nome por nome de uma enzima que também agora se me evaporou. O que alguns antibióticos fazem é inibir esta enzima. Logo acumula-se no organismo um derivado tóxico do alcool (o acetaldeido). Conclusao: possivel toxicidade. É por isto que eu digo que nao a alcool + antibiotico
ResponderEliminarMeu caro André, obrigado pelo teu comentário mas não concordo nada.
ResponderEliminar1º o impacto de 3 ou 4 cervejas no esvaziamento gástrico não tem impacto significativo, e isso aplicar-se-ia a qualquer medicamento e não apenas a antibióticos.
2ºFoi exactamente isso que disse na parte final do post. Dos antibióticos mais comuns, apenas o Metronidazol e Tinidazole podem causar a reacção que descreves (reacção tipo dissulfiram), logo não se aplica à vasta maioria. Seria equivalente a dizer que não se deve comer fruta quando se toma Sinvastatina só porque a toranja tem interacção com a mesma.
No BNF, ou no site www.drugs.com (que uso e acho muito completo), onde podes verificar interacções entre todos os medicamentos, e entre medicamentos e várias substâncias e alimentos não aponta qualquer interação entre alcool e qualquer antibiótico (excepto os referidos) nem mesmo de caracter mínimo ou insignificante.
Acho que temos o dever de acabar com o mito, e não o deixar perpetuar, porque lá porque 2 ou 3 antibióticos interagem com o alcool isso não se vrifica com os outros 95% de antibióticos existentes.
Luisa writes: Antibiótico + Alcool = Má Ideia 1- Os antibióticos são metabolizados no fígado! Por enzimas! 2- O alcool compete com o antibiótico pelas enzimas e, consequntemente, menos antibiótico é metabolizado (porque não tem enzima suficiente). Isso retarda/inibe a ação do antibiótico, deixando o organismo desprotegido e permitindo a proliferação das bactérias. 3 - A falta de enzima para transformar o antibiótico em uma forma combatente de bactérias faz com que efeitos colaterais sejam sentidos, uma vez que o antibiótico não metabolizado e não preparado para o combate se acumula. 4- Outro motivo: O alcool acelera o esvaziamento gástrico e acelera a passagem dos alimentos pelo sistema digestivo, logo diminui a absorcao do antibiotico. Isso é igual a menos efeito do antibiotico, uma vez que, se a absorção é diminuída, menos antibiótico é levado ao fígado para metabolismo e, consequentemente, menos antibiótico pronto para combater é liberado pelo fígado. Conclusão: interferência no efeito do antibiótico.
ResponderEliminar(comentário colocado no Opera)
Não concordo nada mas obrigado pelo seu comentário.
ResponderEliminarNão se pode falar de antibiótico como apenas existisse uma molécula única... Há centenas, e todos com propriedades farmacodinâmicas, farmacológicas e metabólicas diferentes! a maior parte não precisa de enzima nenhuma para passar à forma activa pois são a forma activa e não profarmacos.
Há antibióticos que nem metabolização sofrem, apenas eliminação renal.
Mais uma vez menciono que sites da especialidade (farmacologia e interacções entre substâncias activas) e com reputação intocável não fazem referência a qualquer interacção entre álcool e a maior parte dos antibióticos.